Junho 2018-1 | Revista O Meu Bebé

Junho 2018-1

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XDESENVOLVIMENTOX

Devagar, se vai ao longe…
As crianças têm direito à lentidão! Crescer não é uma corrida a contra-relógio; requer calma e paciência, além de intuição e preparação.

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A rapidez pode ser um obstáculo para a aprendizagem. É o que afirma Gianfranco Zavalloni, professor, ex-presidente e, agora, responsável por um projeto pedagógico em Belo Horizonte, Brasil.
No seu livro A Pedagogia do Caracol, defende com energia um princípio que soa bastante estranho à nossa sociedade: as crianças têm o direito a ser lentas e, fora das aulas, até mesmo a não fazer nada. O verdadeiro trabalho da infância devia ser brincar. No entanto, muitos pais sujeitam os seus filhos a uma verdadeira lufa-lufa, entre o colégio e as aulas de natação, inglês, dança, judo, etc., lamenta Zavalloni. “É uma decisão tomada para bem das crianças, ou serve de treino para criar pessoas ultra competitivas na vida e para encher os pais de orgulho? Regressar a casa para brincar, no seu quarto ou num parque, em liberdade, acompanhando o ritmo natural da sua idade (tédio incluído) seria a melhor vacina contra o stress”, afirma este perito.

PÔR TRAVÕES À ANSIEDADE
Em alguns centros de ioga, especializados para crianças pequenas, há alunos com, inclusive, dois anos e meio. Desta forma, podem experimentar, através da brincadeira, uma versão da disciplina oriental que dá preferência às posições que favorecem a estabilidade, a imobilidade e a ausência de esforço. Servem para dar força e flexibilidade (um bom objetivo para uma criança em desenvolvimento) e para transmitir calma, dado que, por volta dos quatro ou cinco anos algumas crianças começam a ter uma respiração acelerada que não é natural, e vivem tensas, tal como os seus pais.
Não é preciso preencher os espaços vazios da vida com qualquer tipo de atividade. Pelo contrário, é preferível ajudar a criança a concentrar-se em si mesma através da música e da meditação, inventando histórias e aprendendo a desfrutar das sensações mais simples.

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O CÉREBRO PRECISA DE MAIS TEMPO
• Colocando-se na pele dos pais “culpados”, o jornalista canadiano Carl Honoré, no livro Pais Slow, questiona-se se não são precisamente as famílias as principais responsáveis pela hiperatividade e, por consequência, pela ansiedade dos filhos. Muitas mulheres trabalham hoje em dia, observa o autor. Por isso, uma aula de piano seguida de uma de natação pode substituir a baby sitter por toda a tarde. Também se sabe que, muitas vezes, a escolha das atividades extracurriculares é guiada pelo desejo de que a criança se destaque dos demais. Isto faz com que as obrigações diárias aumentem e a vida familiar se pareça, cada vez mais, com uma corrida a contra-relógio. No entanto, o excesso de estímulo dificilmente ajuda a que as crianças sejam mais inteligentes e estejam mais preparadas para enfrentar os desafios da vida. O cérebro precisa de calma e de repouso para analisar as memórias e para ativar funções criativas. Além disso, o tempo livre de que a criança dispõe no sossego da sua casa ou ao ar livre é cada vez mais escasso. Um excesso de atividades também pode interferir na qualidade do sono, sublinha Honoré, de que os mais pequenos tanto precisam para assimilar tudo o que aprenderam ao longo do dia.

LIBERDADE E CRIATIVIDADE
A seguir ao infantário, brincar em liberdade devia ser a atividade principal da criança. No entanto, este tempo livre não deve ser passado frente à televisão ou em jogos de computador, que relegam a criança para um papel passivo. Apesar de ser certo que as neurociências descobrem, a cada dia, novas capacidades de aprendizagem da criança, os pais não têm de transformar todas as experiências diárias num “carrossel multi-sensorial”. Como nos lembra Carl Honoré, uma mamã pode contar com a ajuda do seu filho para pôr a mesa não só para estimular a sua capacidade de cálculo, mas também pelo simples prazer de fazerem algo juntos.

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RESPEITAR O SEU RITMO
• Há, hoje em dia, uma tendência para queimar etapas no percurso até à idade adulta, pela qual a escola é também, em parte, responsável. De tal forma que, se há tempos atrás uma nota fraca era justificada com a distração do aluno, atualmente temos a tendência para dizer que ele é “lento”. Pelo contrário, devíamos valorizar mais o tipo de inteligência que não “devora”, mas “rumina”. No entanto, é indispensável cultivar também os dons de agilidade mental, ou seja, conseguir responder a um estímulo de forma imediata.

REMÉDIOS CONTRA A PRESSA
Ouvir e observar o nosso filho. Respeitar o seu ritmo de crescimento, incluindo o emocional, é um dos pontos fortes dos objetivos educativos dos pais. Não obrigue o seu filho a crescer demasiado depressa; adapte-se com calma aos seus progressos na linguagem, aos seus movimentos, e ao seu modo de se relacionar com os outros, as crianças da sua idade e os adultos.
Diga não às “crianças troféu”. Não caia na armadilha da ideia de crianças que sabem muitas (demasiadas) coisas e que são exibidas como troféus. Os efeitos podem ser devastadores: podem sentir-se soterrados pela responsabilidade de agradar à mamã e ao papá, distanciando-se de si mesmos.
Revalorize o tédio. Não há qualquer necessidade de preencher as tardes do seu filho, nem de programar todas as horas livres com jogos e passatempos. Deixe-o experimentar também o tempo “vazio”. Assim, terá a possibilidade de fazer aflorar o seu verdadeiro “eu” de forma espontânea.
A lentidão pode curar. O ritmo, a música e uma gestão adequada do tempo, podem ser ótimos instrumentos terapêuticos. De facto, os logopedistas e os psicólogos recorrem a estas ferramentas para tratar a dislexia e os distúrbios da linguagem, que, muitas vezes, se explicam por condutas de rejeição ao excesso de estímulos a que jovens e crianças são, tantas vezes, submetidos.
Recuperemos o bem-estar que nos traz o silêncio. por exemplo, passear com o seu filho num parque, ficar com ele em silêncio, apagar a rádio ou a tv para escutar a chuva durante um temporal, etc; são experiências agradáveis e também muito educativas.
Adotar o meio termo adequado: só os pais podem perceber se uma atividade satisfaz eficazmente a curiosidade e o interesse de uma criança, ou se, pelo contrário, ela constitui uma fonte de ansiedade.

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A urticária na criança

Explicamos como se manifesta, que fatores a desencadeiam, e como devem atuar os pais se a criança sofre um episódio deste tipo.

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A urticária consiste no aparecimento agudo de bolhas, elevações cutâneas avermelhadas que provocam uma comichão muito desagradável. Pressionadas com um dedo, as bolhas ficam brancas; além disso, são evanescentes, ou seja, desaparecem (aparentemente) e surgem noutro local. Estas lesões curam-se num período de tempo variável, que pode ir de minutos a dias, e manifestam-se de forma localizada ou espalhada. As bolhas são causadas pelo extravasar de líquido a partir dos vasos sanguíneos da derme, a camada profunda da pele.
Quando este líquido afeta apenas a camada mais superficial da pele, provoca urticária. Pelo contrário, se afeta as camadas mais profundas e o tecido celular subcutâneo, provoca um edema angioneurótico ou angioedema, que tem o mesmo mecanismo de ação. Por se tratar de uma urticária mais profunda, pode originar inchaço nas pálpebras, lábios, língua e laringe, apresentando um quadro clínico mais grave que a simples urticária, e é muito incómoda devido à comichão, mas não coloca a vida da criança em risco.

DIFERENTES TIPOS
A urticária alérgica pode ser desencadeada por ingestão, contacto, ou inalação de alguma substância. Entre as substâncias alergénicas, as mais frequentes são: fármacos (os antibióticos são a maioria), alimentos, picadas de insetos, infestações parasitárias (como o anisakis ou a hidátide), látex (nas suas variadíssimas formas de apresentação: globos infantis, luvas cirúrgicas ou caseiras, …), transfusões, etc.
No que respeita às urticárias não alérgicas, também podem ser de diferentes tipos: por exemplo, a urticária fictícia, que é uma urticária localizada, que aparece quando se arranha a pele com uma unha, ou um palito; a urticária colinérgica, produzida pelo contacto da pele com água quente, com o próprio suor, etc.; a urticária ao frio, devido a água ou ambiente muito frio; e a urticária solar, típica dos meses de verão, na praia.

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O QUE DEVEM FAZER OS PAIS?
Face a uma primeira bolha, há que observar a evolução da urticária e acalmar a comichão com uma loção de calamina, talco em creme ou água fresca.
Se as bolhas são recidivas e, por esse motivo, previsíveis, deve-se administrar um anti-histamínico, receitado pelo pediatra e respeitando as indicações da bula.
No caso de angioedema (ou edema angioneurótico), previsível ou não, em que ocorra inchaço dos lábios, língua, pálpebras, etc., deve levar a criança às Urgências.

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Ayurveda, uma massagem de harmonia

Graças a esta antiga técnica indiana, podemos reequilibrar o organismo e aliviar alguns incómodos típicos dos meses de gravidez.

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OS DOSHA DO NOSSO INTERIOR
Segundo a Ayurveda, o ser humano forma um todo com o ambiente que o rodeia, por isso vive em sinergia com os cinco elementos que compõem a natureza com a qual interage a cada momento da sua vida (éter, ar, terra, fogo e água). Em função do predomínio de alguns destes elementos sobre os restantes, uma pessoa pode ter três diferentes constituições, chamadas dosha, que coexistem em cada um de nós com proporções variáveis: Vata, Pitta e Kapha. A saúde e a qualidade de vida da pessoa dependem do seu equilíbrio, mas, se um dos dosha prevalece de modo excessivo sobre os outros, cria-se um desequilíbrio que pode causar diferentes tipos de mal-estar. O predomínio de um determinado dosha manifesta-se através de uma série de características individuais, como a estrutura corporal e a forma de viver, pensar e de se mover.

UM ESTILO DE VIDA A REVER
Para a medicina ayurvédica, a constituição de cada pessoa não se forma no ventre materno, pelo contrário, as proporções entre os dosha podem variar ao longo da vida, dependendo das experiências vividas, bem como da alimentação e do ambiente, até atingir momentos em que o desequilíbrio pode ser excessivo. Nestes casos, o terapeuta ayurveda pode ajudar a reduzir o dosha em excesso e restabelecer a harmonia, através de conselhos quanto ao estilo de vida, alimentação e, sobretudo, através da massagem, que, na tradição ayurvédica, constitui um gesto quotidiano de amor, partilhado no seio da família.

CARÍCIAS À MEDIDA
A massagem não é standard, apenas se baseia numa série de movimentos, dependendo da constituição da pessoa e do dosha em desequilíbrio. Podemos dizer que o terapeuta ayurveda “fabrica” uma massagem à medida. Por exemplo, se há um excesso de Vata, a massagem será suave e relaxante já que a sua função é a de eliminar as tensões e a musculatura contraída. Além disso, estará focada em estimular o funcionamento do intestino, em caso de prisão de ventre. A tipologia Pitta requer uma massagem delicada, porém dinâmica, concentrada no aparelho digestivo, na cabeça e no rosto, locais onde, normalmente, são somatizados os desequilíbrios. Por outro lado, o Kapha pede uma massagem mais tonificante, energética e concêntrica, que reative a circulação e estimule o refluxo do sangue para o coração. Para facilitar o deslizar das mãos, utiliza-se um óleo morno, escolhido em função das suas qualidades relaxantes, refrescantes ou tonificantes, tendo em vista as diferentes necessidades dos dosha.

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CONTRA OS INCÓMODOS DA GRAVIDEZ
A massagem ayurvédica é uma prática suave e não invasiva, pelo que pode ser feita em qualquer fase da vida, mesmo nas mais delicadas, como a gravidez, período em que a futura mamã pode colher os benefícios mais visíveis desta massagem.
A gravidez é um período em que a mulher vive experiências e emoções únicas, enquanto o corpo enfrenta mudanças rápidas e adaptações contínuas, que podem afetar o equilíbrio ou alterar os dosha. Nesta fase da vida, a harmonia dos três dosha é particularmente importante. Com o passar dos meses, a mulher Vata não terá o problema de engordar demasiado, mas deve estar atenta à insónia, aos estados de ansiedade, às mudanças de humor e à prisão de ventre. Será, também, mais propensa a sofrer de estrias e de pele seca. A futura mamã Pitta terá tendência a aumentar de peso de forma equilibrada, mas o seu ponto fraco será o estômago, pelo que, à medida que a gestação avança, poderá sofrer de ardores, refluxo gastroesofágico e retenção de líquidos. A mulher Kapha, por sua vez, terá tendência a comer demais e a ganhar peso excessivo, ao mesmo tempo que o abrandar da circulação poderá ser agravado por causa da gravidez.
Além de resolver os problemas específicos do dosha em questão, a massagem ayurvédica pode aliviar inúmeros incómodos típicos da gravidez, como a dor de costas, provocada por contínuas adaptações da postura, que podem causar contraturas dolorosas, sobretudo a nível lombar, e que o terapeuta ayurveda pode eliminar estimulando pontos específicos ao longo da coluna vertebral. Através de leves toques em todo o corpo e, em especial, nas extremidades inferiores, a massagem ajuda a combater a retenção de líquidos provocada pelas alterações hormonais e pelo peso da barriga, além de favorecer a drenagem linfática e a circulação sanguínea, trazendo uma agradável sensação de leveza às pernas. Também do ponto de vista estético, a massagem ayurveda é um tratamento eficaz para as estrias, graças ao uso de óleos neutros, ou seja, sem perfumes, e de óleos essenciais, ricos em vitaminas, como o óleo de sésamo, que contém vitaminas do grupo B com propriedades apaziguadoras e suavizantes, e de girassol, rico em vitamina E, que estimula a elasticidade e a tonicidade da pele.

UMA AGRADÁVEL TERAPIA ANTI-STRESS
Dividida entre alterações hormonais bruscas, mudanças nas relações sociais e familiares, transformações do corpo, e a incerteza quanto ao que aí vem, a futura mamã pode ter algumas dificuldades para se adaptar à nova situação. Neste contexto, a massagem ayurvédica é como um “berço” que nos ampara e consola. As carícias suaves, acompanhadas do toque dos óleos, que nutrem e deslizam pela pele, transmitem à mamã a sensação de estar a receber amor, o que atenua o stress e a fazem sentir-se bela e cuidada. Uma sensação de bem-estar que também chega até ao bebé, que recebe essas emoções e experiências dentro do ventre materno. Fazem igualmente parte de uma boa massagem o ambiente, o tipo de luz, e a música, que pode variar segundo as preferências da mãe, mas que devem ser sempre suaves e relaxantes. Deste modo, quando nascer, o pequeno poderá reencontrar um esquema que a sua memória reconhece, composto por sensações delicadas e sons familiares.

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E ANTES DE COMEÇAR…
A massagem ayurvédica é uma prática delicada e nunca invasiva. No entanto, por precaução, antes de começar a praticá-la deve esperar pelo final do primeiro trimestre de gravidez. Também deve consultar o ginecologista antes de começar, pois pode haver contraindicações de que a mamã não tenha consciência, como a presença de varizes ou outros problemas de natureza obstetra. Se o médico dá o ok, fantástico! A massagem pode ser praticada até ao final da gravidez.

3 TIPOS DE DOSHA
1.  A pessoa Vata apresenta uma constituição “enxuta”, a pele é seca, o cabelo, opaco e crespo, e os olhos, vivos e pequenos. Evita o frio e dá-se bem em ambientes quentes. Possui uma mente viva, impulsiva e com reflexos rápidos, apesar de ter sempre a cabeça um pouco nas nuvens, e de ser distraída e indecisa. Muitas vezes tende a preocupar-se demais e cai em estados de ansiedade. Se existe um excesso de Vata, esta pessoa tende a contrair a musculatura e a sofrer contraturas. Além disso, pode sentir-se insatisfeita e ansiosa, com tendência a sofrer de problemas respiratórios e de prisão de ventre.

2. A pessoa Pitta tem uma estrutura física equilibrada, com a pele propensa a ficar avermelhada e sensível ao sol. Tem o cabelo suave e os olhos brilhantes. Ama a cultura e tudo o que é refinado, possui uma inteligência afiada e criativa, tem um pensamento lógico e muita ambição. Caracteriza-se por uma personalidade intolerante, dominante, sanguínea e irritável, pelo que, em situações de desequilíbrio, se zanga com facilidade e é hiper crítica. Tem tendência para sofrer de problemas digestivos (inchaço abdominal e gastrite).

3. A constituição da pessoa Kapha é robusta. Tem pele escura, suave e macia, cabelo escuro e brilhante, e olhos grandes, húmidos, com um olhar tipicamente doce. O seu carácter é tranquilo, com um humor estável e fleumático. É uma pessoa organizada e regular, mas também sedentária e preguiçosa. Se não tem cuidado com o seu equilíbrio, pode engordar com facilidade. Em estado de desequilíbrio, torna-se apática e indiferente, os seus movimentos são difíceis, com dores nas articulações e circulação lenta.

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Quantas tomas são necessárias?

Não existe uma frequência “adequada”. Depende das exigências do seu bebé. Durante os primeiros meses, é importante dar o peito sempre que ele o peça.

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Não existe um número de tomas que seja válido para todos os bebés (há bebés que chegam a mamar 12 a 15 vezes ao dia), ainda que os especialistas aconselhem que se amamente, no mínimo, oito vezes ao longo do dia. Isto devia ser assim, pelo menos, durante os dois primeiros meses de vida do bebé, que são, também, os meses da calibração. Além disso, também recomendam que se respeite o caráter natural da lactância, e não que esta seja controlada “de relógio na mão”; os especialistas sugerem que não deixe passar mais de quatro horas entre uma toma e a outra, inclusive durante a noite. E porquê? O peito só produz leite regularmente se for estimulado. Se as tomas forem frequentes, aumenta o número de recetores da prolactina, a hormona materna que ativa a produção de leite, no interior da glândula mamária. E isto não é tudo; só se o peito for bem esvaziado é que se evita o risco de que, no seu interior, permaneçam resíduos de leite que poderiam dar lugar a uma proteína que bloqueia a lactação.

A QUANTIDADE DE TOMAS DEPENDE DE CADA BEBÉ
Decidiu amamentar: entre as primeiras perguntas que lhe ocorrem, certamente está a questão do número de tomas. Quantas vezes por dia devo dar o peito, de modo a ter a certeza de que estou a satisfazer as necessidades nutricionais do meu filho?
Não existe uma resposta correta única. Depende do que o bebé pedir porque, tal como acontece com outras características da constituição do seu filho, o apetite não é igual em todos os recém-nascidos. Há bebés que mamam muito e querem o peito constantemente e outros, menos gulosos, que ficam satisfeitos com menos tomas. Por isso, para não errar, o segredo está em confiar no seu filho e acompanhar os seus ritmos, dando-lhe o peito sempre que o peça. Deste modo, o número de tomas será, certamente, o ideal. Além disso, está a criar uma sintonia perfeita entre as necessidades do bebé e o leite que é oferecido pelo peito da mamã.

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SE TEM FOME, ELE FAZ-SE ENTENDER
O número de tomas depende também de que as mensagens do bebé sejam bem captadas, e de que exista uma boa sintonia entre a mamã e o seu filho. Por isso, a mãe deve aprender a saber quando o seu bebé quer mamar; o segredo é saber interpretar os sinais de apetite menos evidentes, e não apenas aqueles que o bebé expressa através do choro:
Vira a cabeça de um lado para o outro, à procura do peito.
Deita a língua de fora e começa a sugar.
Estala a língua de forma ruidosa.
Mexe-se e agita-se mais do que o normal, sem motivos aparentes que justifiquem essa inquietação (não está molhado, nem tem calor, por exemplo)
Faz gorjeios e para de os fazer.

Durante a toma, faça com que o bebé mame até não ter mais fome; deste modo, consegue esvaziar bem o peito e, ao mesmo tempo, ele consegue tomar a parte final do leite, que é a mais energética e saciante, já que tem uma maior concentração de gorduras. Recorde que a toma tem também um significado afetivo: por vezes, o bebé só quer mamar porque deseja o contacto direto com a sua mamã. Esta necessidade deve ser satisfeita do mesmo modo que quando ele procura alimento.

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SERÁ QUE SE ALIMENTA BEM? SAIBA COMO PODE CERTIFICAR-SE.
Como pode saber se o número de tomas é o ideal?

A criança alimenta-se bem se molha, pelo menos, 5-6 fraldas por dia, e se a sua urina é abundante e de cor amarela clara: estas características mostram que o bebé está hidratado.
Por outro lado, o número de tomas é o correto se o bebé, entre uma toma e outra, dorme tranquilo e sossegado. E também se, passados alguns dias, engorda como deve ser. Nos primeiros três meses de vida, é considerado normal um aumento de, pelo menos, cerca de 500g por mês. A partir dos três meses, bastam 300g por mês. Para concluir, lembre-se que dar o peito sempre que o bebé o peça é uma boa forma de contribuir para o seu desenvolvimento. A natureza dotou-nos de um tipo específico de leite e de uma modalidade de aleitamento muito diferente da de outros mamíferos. Somos uma espécie definida como de “contacto único”, em que as crias nascem indefesas e precisam da presença constante da mãe antes de alcançar uma autonomia completa, tanto física quanto psicológica, algo que se consegue através de uma amamentação frequente.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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